Para Pancho Roque, policiais militares deveriam ter melhores armamentos e passar constante treinamentos para poderem reagir melhor nos embates
Dentista Pancho Roque dirigiu duras críticas ao sistema por não apoiar a PM de maneira adequada /Foto: Arquivo pessoal |
O cirurgião implantodontista Pancho Roque cobrou do Estado mais atenção para os policiais militares acreanos. Para ele, os PMs deveriam usar equipamentos melhores e estarem em constante capacitação, permitindo uma resposta mais precisa e com menos riscos aos policiais e ao povo durante o combate direto ao crime.
Chamando de heróis os policiais por terem de atuar com equipamentos de qualidade inferior, Pancho disse ser uma responsabilidade do Estado investir muito mais em treinamento. “Para os nossos policiais deveriam ser ofertadas munições ogivais comuns somente para treino, mas para o uso em serviço deveriam ser as munições especiais, tipo Gold”.
Pancho revelou ser necessário haver treinamento de reação defensiva periodicamente, no mínimo a cada 6 meses. Nestes, o policial deveria fazer 600 disparos. “Este tipo de reação automática produzida pelo treinamento de ação/reação daria mais habilidades e mais destreza em combate e também nas abordagens”. Mas o médico disse ser tudo isso um sonho para algum dia distante, com Acre mais seguro.
Apesar da falta das reciclagens periódicas e do questionamento sugestivo do cirurgião, dificilmente este tipo de gasto é considerado pelo governo. Se for considerado um grupo de 150 policiais a cada mês efetuando 200 disparos, com a munição em calibre .40, estimada em R$ 5,67 cada cartucho, têm-se um gasto apenas em munição de R$ 170 mil.
Com 10 cursos ao ano, o gasto estimado é de aproximadamente R$ 1,7 milhões. Isso representa 20% do gasto anual com a PMAC. Valor elevado para quem não vê a importância da vida, seja ela do policial ou da comunidade.
A situação das polícias do Acre como um todo é a mesma, na qual os cursos de reciclagem são raros, com pouco treinamento efetivo de tiro. Algumas polícias estaduais do Estados Unidos (EUA) costumam praticar tiro semanalmente, com uma média de 400 disparos por semana. Uma parte considerável dos policiais é praticante de IPS (sigla em inglês para “tiro defensivo prático”).
Em um treinamento dado pela Swat a policiais brasileiros, cada policial civil teve que atirar mil vezes em um pequeno alvo e se errasse uma única vez, estava fora do curso. “Porque em uma operação um erro pode ser mortal”, explicou um comandante da Swat americana.