“O governador tem duas polícias: uma que ele gosta e outra que ele detesta, nós somos a que ele detesta”, diz AME

O presidente da Associação dos Militares do Acre, Joelson Dias, protestou na tarde desta quarta-feira, 13, durante assembleia que reuniu dezenas de militares e bombeiros ativos e inativos, na frente do quartel da PM do Acre, no Centro de Rio Branco, contra o reajuste de R$ 200 mil no orçamento da instituição aprovado pela Assembleia Legislativa para o exercício 2018. Orçamento da PM é de R$ 7, 9 milhões. Quase a metade do que é destinado à mídia do governo.

Joelson Dias afirmou que a atualmente a Polícia Militar precisaria de no mínimo R$ 14 milhões para manutenção de despesas principalmente de estrutura. “Temos sérios problema de estrutura nos quartéis do interior. Em Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, e em Porto Acre. Para se ter uma ideia, somente os cursos do ano que vem custará R$ 1, 4 milhão”, alertou.

O presidente da entidade também mostrou insatisfação a diferença de tratamento entre as polícias Militar e Civil. Ele pediu isonomia na carreira dos militares. “O governador tem duas polícias: uma que ele gosta e outra que ele detesta. Nós somos a que ele detesta”, disse.

Durante a assembleia, Joelson propôs aos colegas que “tirem os pés do acelerador”. Em outras palavras, o presidente da associação sugeriu aos PMs que trabalhem dentro das possibilidades oferecidas pelo Estado.

“Vamos mostrar pra sociedade aquilo que o governo vem fazendo com as instituições militares e com o Corpo de Bombeiros também. Por que a gente se encontra nesse caos que a gente está hoje. Falta investimento em segurança pública, e isso foi demonstrado agora no orçamento que foi aprovado na Assembleia Legislativa, lamentavelmente aprovado pela maioria do governo. A gente a partir de agora vai trabalhar dentro dos limites legais, tirar o pé do acelerador. Um policial militar muitas das vezes ia atender uma ocorrência em disparada e até ocasionava um acidente, mas agora o policial militar vai passar a trabalhar com um pouco mais de prudência. Respeitando os limites de velocidade e trabalhar de modo a oferecer segurança pra gente depois segurança pro cidadão.”

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