Após 12 mortes em 4 dias, presidente da AME diz que Acre vive ‘poder paralelo’ das facções

O presidente da Associação dos Militares do Acre (Ame) afirmou na manhã desta segunda-feira (5) que as execuções acontecidas no Acre e as série de assassinatos com requintes de crueldade são próprios de um estado de exceção, onde impera as leis do tráfico.

De acordo com Joelson Dias, o que está acontecendo no Acre, o poder paralelo do tráfico de droga e armas decidir quem vive e quem morre, é uma afronta ao Estado Democrático de Direito.

A declaração de Joelson veio um dia após o Acre contabilizar mais 12 mortos no último final de semana, todos assassinados em modelo de execução e os crimes serem atribuídos à guerra entre facções que imperam no Acre.

“Pode-se falar em um poder paralelo, com leis próprias. Mas nesse caso o Estado ainda continua com suas leis e ‘ordem’. O poder paralelo por sua vez se estabelece às margens da legalidade formal, possui suas próprias regras e divide espaço na sociedade de forma intensa, como vemos hoje nas facções”, diz.

Na última sexta-feira (2), o secretário de Segurança Pública do Acre, Emylson Farias, concedeu entrevista onde afirmou que nunca se viu tirarem um pai de família da mesa de jantar e o executarem, e que esse tipo de barbárie só tem acontecido entre membros de facções. Ao que tudo indica o próprio secretário já reconheceu o tribunal de exceção que impera no Acre.

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