Jamais, antes, em 18 edições da Copa Sul-Americana de Futebol, o Brasil conseguiu colocar duas equipes na sua decisão. Levantou a taça em quatro temporadas. Com o Internacional de Porto Alegre em 2008. Com o São Paulo em 2012. A Chapecoense em 2016. O Athletico/PR em 2018. Em outras quatro se consolou na vice-colocação. Com o Fluminense em 2009. O Goiás em 2010. A Ponte Preta de Campinas em 2013. E o Flamengo em 2017.
A comemoração do Del Valle, depois de despachar o Corinthians
A comemoração do Del Valle, depois de despachar o Corinthians
@IDV_EC
Na quarta-feira, 25 de Setembro de 2019, por causa da eliminação do Corinthians pelo Independiente Del Valle do Equador, o País previamente desperdiçou a chance preciosa de, enfim, cravar uma dobradinha na definição da competição. Pior, nesta quinta-feira, 26, no Magalhães Pinto de BH, o Atlético Mineiro queimou a possibilidade de se tornar o nono clube do Brasil a alcançar a batalha derradeira. Sucumbiu no imprevisível bingo dos penais.
O “Galo” necessitava, em seu território, reverter o mau resultado de 1 X 2 que havia concedido, na noite de 19 de Setembro, em Santa Fé, no Estádio Brigadier-General Estanislao Lopez, também conhecido como o Cemitério dos Elefantes porque lá, em 10 de Maio de 1964, o Colón quebrou uma série de 43 prélios sem derrota do poderoso Santos de Pelé & Cia., e daí alinhavou uma linda coleção de triunfos admiráveis, inclusive sobre a seleção platina.
Evidentemente, transbordaram as tensões no cotejo de BH. Tanto que, antes mesmo dos 25’ da etapa inicial, em duas ocasiões, uma em cada grande área, Andrés Rojas, o mediador da Colômbia, se obrigou a recorrer ao VAR, o árbitro de vídeo. Dúvidas a respeito de penais, desvios de braço, que não existiram. Pena, para o “Galo”, todavia, que também transbordaram a imprecisão e a incrível falta de pontaria dos seus atletas, na cara de Burián Castro.
Diminuta, mas esfuziante, cerca de 350 pessoas, a torcida do Colón estimulou sem cessar os seus ídolos até que, aos 38’, Cazares lançou a Luan que, pelo alto, dividiu o lance com Olivera. Na sobra, Di Santo registrou 1 X 0 em favor do Atlético, resultado suficiente para a sua classificação. No caso de saldo igual, valeria em dobro o gol do “Galo” na pugna de ida. Cazares, de todo modo, se incumbiria de duplicar a vantagem, graças a uma arrancada espetacular, da intermediária até quase a meia-lua do Colón, e daí um passe que permitiu a Chará arrematar rasteirinho, bem no canto oposto, 2 X 0.
Azar do Atlético que, ao invés de amplificar a pressão e fazer os 3 X 0 fatais, refluiu e ofereceu espaço á ousadia e à coragem do Colón. Pena. Aos 85’, estabanadamente, Elias calçou Morelo e, sem precisar do VAR, Rojas indicou a marca de cal. Luís Rodríguez converteu, 1 X 2. Consequência: a marca de cal se encarregaria de escolher o adversário do Del Valle na pugna única, finalíssima da Sul-Americana, já programada para 9 de Novembro no Estádio General Fábio Rojas, do Cerro Porteño, em Assunção, Paraguai. Burián Castro e Clayton pegaram um chute cada qual. Nos 4 X 3 do Colón, quem diria, Cazares, o craque do tempo normal, seria o triste vilão do “Galo” desclassificado.