O governador Tião Viana perde a cada dia mais força política e entra, para valer, num processo de descrédito dentro e fora de seu gabinete. Na manhã desta quinta-feira, pouco antes de meio-dia, o tenente coronel Ricardo entregou carta ao governador pedindo exoneração do cargo de subcomandante da PM. O oficial evitou confronto direto com o chefe do Executivo, mas deixa claro seu descontentamento com as últimas decisões tomadas por Viana – dentre elas a de promover cortes no salário base e na sexta parte dos militares. Um ato público está confirmado para acontecer na manhã desta sexta-feira, no Estacionamento do Teatro plácido de Castro, em protesto á decisão do governador. Militares da ativa e aposentados estão convocados para uma passeata que se dispersará na Praça da Revolução. O diretor financeiro e administrativo da Associação dos Militares do Acre (AME), Rogério Silva, informou que a manifestação terá propósito pacífico, a fim de chamar atenção da sociedade sobre os prejuízos que a categoria está sujeita com a diminuição de seus soldos.
Leia a nota do coronel Ricardo
Em respeito a todos os integrantes de nossa Corporação e aos seus familiares, informo que hoje apresentei requerimento solicitando minha exoneração da função de subcomandante geral da PMAC. Esta decisão é motivada pela forma como os militares estaduais foram tratados nestas duas últimas decisões que impactaram diretamente a renda dos mesmos. Bem como pela maneira como transcorreu a discussão sobre a questão do realinhamento e horizontalidade da carreira militar estadual.
Não questiono as decisões tomadas pela equipe de governo, mas sim a forma como temos sido tratados. Reconheço o respeito e boa vontade do governador para com os militares, mas no conjunto da obra tenho dificuldades com relação ao tratamento dado coletivamente aos militares, que tanto se dedicam na defesa do Estado e de nossa sociedade.
A outra motivação decorre do desgaste natural que tenho tido com a SESP, simplesmente por ter uma visão crítica sobre a forma com que tratam nossa Instituição. Esse desgaste também decorre da defesa que faço da Polícia Militar, sempre de maneira muito sincera e transparente. Pois, entendo que toda a carga de combate à violência e criminalidade não pode ser atribuída tão somente ao policiamento ostensivo e as operações.
Agora e mais do nunca a sociedade, as instituições e nossos militares precisam de uma polícia militar forte, integra e comprometida em bem servir a sociedade e ao Estado, e não uma polícia a serviço de interesses políticos. Podemos pagar um preço alto por isso, em um futuro próximo.
Por fim, ressalto que não tenho cor partidária. Sirvo a Polícia Militar e a nossa sociedade e o faço de maneira firme sempre defendendo os princípios e preceitos morais que regem a vida dos militares estaduais.
Precisamos nos unir de maneira coerente, sensata e respeitosa em defesa de nossa instituição, de nossos familiares e da nossa sociedade.
Que Deus abençoe a todos e Feliz 2018.