O famoso “cotocaço” na frente da Polícia Militar promovido por um grupo de feministas na quarta-feira passada, 08 de março, continua gerando desconforto na corporação. Nesta segunda-feira, 13, a Polícia Militar emitiu uma nota de repúdio, assinada pelo subcomandante da instituição, coronel Ricardo Brandão, contra a secretária adjunta da Mulher do Município, Lidiane Cabral, o diretor-presidente da Fundação Garibaldi, Sérgio de Carvalho, e a presidente da Fundação Elias Mansour, Karla Martins, que se manifestaram, via internet, favoráveis ao ato das feministas.
A PM diz que vê com “tristeza a alteração de valores de parcela de nossa sociedade que, através de um ato de desonra a toda uma classe da Segurança Pública, busca alcançar apoio e reconhecimento acerca de sua causa, muito mais por receberem apoio de pessoas que exercem cargo público”, e completa: “nós policiais exigimos respeito. Liberdade de expressão não deve ser confundida com libertinagem de expressão.”
A nota lembra ainda que a Polícia Militar, 24 horas por dia “na prática promove os direitos humanos, defende as mulheres de violência”.
No Facebook, Karla Martins, Sérgio de Carvalho e Lidiane Cabral publicaram opiniões parecidas em defesa do grupo que protestou na Praça da Revolução.
Os três consideraram o ato uma “performance” contra o machismo e a misoginia.
“Não vejo ali, dedo apontado contra ninguém, não li nenhuma declaração contra o aparato policial e nem de desqualificação, portanto cada um vê e reproduz como quer”, disse a presidente da Fem.
Lidiane Cabral compartilhou a postagem de Sérgio de Carvalho, que diz, entre outras coisas que ato gerou “debate, a reflexão e evidenciou o quanto somos medíocres, machistas, misóginos. A força de uma imagem. Nem belas, nem recatadas e nem do lar. Toda solidariedade, o cotoco chega a ser ingênuo frente ao número de mulheres mortas, frente há anos de machismo”.