Bolsonaro. Na mira da OAB, o deputado pode ter o mandato cassado.

Depois de ter exaltado o nome de Eduardo Cunha e Coronel USTRA durante seu pronunciamento a favor do IMPEACHMENT, o deputado federal Jair Bolsonaro conseguiu realmente obter notoriedade nacional. Entre as conseqüências de sua fala citamos os milhares de acessos ao site a Verdade Sufocada, que ocasionaram sua queda.

O site a VERDADE SUFOCADA é administrado pela esposa do falecido coronel USTRA, senhora Joselita Ustra.

Mas, o pior dos problemas parece estar ainda por vir. A OAB do RIO, administrada pelo filho de um ex-perseguido político, já declarou que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a cassação do mandato de BOLSONARO. A OAB promete também procurar a Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, para que se tome medidas para limitar o que chama de apologia à tortura no Brasil.

Jean Wyllys certamente dirá que cuspiu nele por causa da declaração.

Em seu voto Bolsonaro disse: “Pela memória do coronel Carlos Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”.

O Filho do desaparecido político Fernando Santa Cruz, o presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz, afirmou que um grupo de juristas já elabora um estudo com argumentos e processos cabíveis para pedir a cassação do mandato de Bolsonaro.

“Vamos ao Supremo e até a Corte Interamericana de Direitos Humanos para discutir os limites da imunidade parlamentar e pedir a cassação dele. A apologia à tortura, ao fascismo e a tudo que é antidemocratico é intolerável”, afirmou Santa Cruz.

Está mais que obvio que essa revista acredita que a ação dos militares, realizada a partir de 1964, foi extremamente necessária e eficaz, impedindo que nosso país se tornasse um satélite de CUBA e URSS. Contudo, acreditamos também que se Jair Bolsonaro quer mesmo obter êxito em sua caminhada para cargos mais importantes deve fazer discursos eficazes e evitar trazer sobre si o ódio da sociedade.

“USTRA o PAVOR de Dilma Roussef”.

Isso quer dizer o que. Que USTRA devia ser temido realmente? Do jeito que foi colocado ficou estranho e acaba dando margem para interpretações dúbias.

Qualquer militar das Forças Armadas sabe perfeitamente que ocorreram exageros durante o regime militar, e que foram de ambos os lados. Basta que se vasculhe os arquivos do STM que lá serão encontrados vários registros de militares punidos na época. Contudo, ninguém provou ate hoje que USTRA praticou os atos que lhe são imputados, e isso bastaria para ser considerado como crime chama-lo de torturador.

A fala de BOLSONARO, mesmo que não fosse contestada pela OAB ou pela esquerda, não acrescentaria nada a sua carreira política, nada acrescentaria em conquistas para seu eleitorado. Se trata de apenas um gracejo, uma firula, encarnação, chacota, intenção de ir contra a maioria ao também falar bem de CUNHA. Portanto, como político que é, seria melhor que guardasse sua opinião para si. Ou que a proferisse em off.

O que ocorre agora? Agora a esquerda inicia novamente sua campanha de vitimização, dizendo que os que querem o impeachment são os mesmos que impuseram o que chamam de “ditadura militar”.

Já apareceu hoje gente dizendo que foi chicoteada pelo coronel USTRA, que não está mais aqui para se defender.

O deputado em questão inegavelmente é eficaz em sua luta contar o gayzismo e em denunciar planos terríveis da esquerda. Mas, é obvio que o processo de impeachment implementado nesse momento nada tem de semelhança com o que ocorreu em 1964. Os deputados que ali votaram, grande parte de esquerda, não estão em luta contra o comunismo, ou contra o foro de São paulo, como dito por Bolsonaro.

As perguntas que se faz antes de proferir um discurso são: Vai me trazer benefícios políticos? Vai trazer benefícios para o meu eleitorado? Não se a fala trará apenas prazer pessoal, isso é irrelevante para quem tem projetos maiores.

Na política precisa-se aprender a falar. Mas, também se aprende a calar.

O apóstolo Paulo já dizia sobre a língua: “… é um pequeno órgão do corpo, no entanto se vangloria de grandes realizações. Vede como um bosque imenso pode ser incendiado apenas por uma fagulha”

Revista Sociedade Militar

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Nota do EDITOR. Senhores leitores e colaboradores, recebemos uma quantidade significativa de emails reclamando da postagem acima. Muitos disseram que o articulista em questão criticou Bolsonaro, outros disseram que seria “COMUNISTA”.

Em nenhum momento percebemos qualquer sinal de que o articulista fosse comunista, na verdade em certo momento ele agradece aos militares por sua ação em 1964 que, em suas palavras, impediram “que nosso país se tornasse um satélite de CUBA e URSS”. Percebemos ainda que sua critica não desmente Bolsonaro, apenas diz que a fala pode trazer prejuízos políticos à candidatura pretendida.

Não é proibido criticar Bolsonaro, ele é um homem, como nós. Portanto, não é infalível.

O referido político precisa SIM de um partido para se candidatar e seu nome precisa ser aprovado numa reunião executiva nacional, o que pode não ocorrer caso esse partido se sinta ameaçado em suas bases eleitorais. Sabemos que políticos são pressionados e facilmente cedem, por diversos motivos.

Portanto, reiteramos, concordamos com o texto.

Nossos articulistas têm liberdade para expor suas idéias. A única proibição é fazer apologia a doutrinas nefastas, como nazismo e comunismo. Não cederemos a patrulhas ideológicas e rejeitamos radicalismos, seja de que lado venham.

Att. O editor.

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